5.5.06

Esqueci de te contar
que não superei nada.
Tudo continua mudo e me
ocupo com centenas de
músicas para preencher
o silêncio que ficou
para trás.

Esqueço você no
meu suor, como se
você me esfriasse,
deixasse de me contar
tudo, fosse embora e eu pedisse
por favor pra você
trancar a porta.

Ningué sabe o
vento frio que bate
em minhas costas
e queima meus nervos.
Devo saber de centenas
de fatos, de mentiras
que você não me contou,
de todo o mundo que
eu criei pra você
ocupar, tratar e ir.

Você largou tudo,
queimou os livors
que eu havia escrito,
o medo todo de queimar
os dedos, cortar as palmas,
ficar cega e não saber
quem é você, senil
e insuportável
voando com as costas
sangrando, como se
saísse do nada a sua
angústia sanguínea.

Tudo poderia ser melhor.
Eu não estou tão sozinho,
cada noite, em cada corte
eu guardarei um resto de
escolha errada dentro
desta caixa com todos os bilhetes,
dominós viciados, destruindo
o caminho.

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