24.6.06

If this is a dream, Henry, then the whole world is in it.

Depois de três horas fazendo tudo o que me deu na telha, caiu a ficha: eu só fiz merda.

Esse ano está uma bosta. Eu odeio 2006 como se ele fosse a causa de tudo. Esse ano está uma bosta.

Eu namorei, eu perdi um namoro, meu pai se esvaiu pela janela, eu voltei, eu falei com quem eu bem entendi. Estava tudo um lixo, mas pelo menos eu era eu. Eu, Bruno Novo, inteiro.

Agora eu tenho vergonha. Vergonha de mim, das minhas escolhas. Oscilo insano pelas decisões, pelas vontades.

Talvez você tenha recebido um pedido meu no orkut. Talvez você tenha recebido um testimonial. Talvez um scrap, talvez nada. Fui eu, fui eu, fui eu. A diferença é que eu morro de vergonha de ter feito isso.

Talvez a vontade de não fazer nada seja a própria depressão. Mas foda-se. Quem tem medo de depressão é emo. Ter medo de estar triste é one-way ticket to shitland. Been there, done that.

Essa casa me dá horror. Não consigo gostar de estar aqui, não consigo gostar de estudar aqui. E eu vivo aqui há 20 anos.

Eu gostaria de não saber o que é perder alguém que você conhece há 20 anos. Quem é que não gostaria?

Estou com uma terrível vergonha de mim mesmo. De rir, de amar. Tenho amado desesperadamente. Tenho fico insanamente apaixonado todos os dias. Cada palavra ganha a profundidade de um abismo. E ando pulando sem pensar.

Faz uma semana que eu não choro rezando. Antes fazia anos. Eu morro de vergonha de vocês, de meu pai, de minha mãe, de meus livros, de minha irmã. Sou o mais fraco da minha família e insisto em respirar fundo, respirar fundo de manhã e ligar, saber como está minha mãe, como estão todos, se estão bem, se estão se alimentando. Eu vou insano de mulher em mulher atrás de qualquer coisa, qualquer resto.

O que está frágil não sou eu, é a minha noção de realidade. Onde antes cabia um mundo em mim agora cabe uma planície. Metros e metros de grama. Antes eu sentia todo um universo onde cabiam todos vocês e agora só comporta a mim. Fiquei menor por dentro.

E há uma ou outra música, um ou outro riso que me alarga um pouco. Planta uma árvore.

E daí, Novo?
Quer que eu chore?

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