4.7.06

Surrealismos #XII

19:18
Tenho escrito com a caneta de meu pai, fugindo da insanidade, fugindo das noistes doentias. à noite sou lembrado que meu pai morreu, fico louco, nunca vou me recuperar. Enlouqueci no primeiro dia. Qualquer merda é mais carinho, todo carinho é uma oferta. E eu, que sempre fui são, penso babagens// O gosto da música me enlouquece, a sinestesia insana que me deixou áspero por dentro, queimando o ar. Isso não vai passar nunca. Essa falta de ânimo, este todo-dia, repetido em volta e veias inchadas. Um dia eu explodo. Pobre menino rico tinha todo o mundo sublimado em poesia, as curvas de vapor e a explosão interna de um anjo. Pobre menino rico// Apoiado nos fios das navalhas da parede fiz o universo em rasgo fino de garoa. Sujei meus óculos com areia. As gotas de suor, empossadas de mim tomaram o rumo do fim do mundo e fugiram com a gravidade do mundo, tornando o respirar de deus numa insanidade de agudos// Agora chove desenfradamente, pintando a marquise dos prédios com suas fotos, borrando o rosto triste dos amantes na janela. O dia acabou, o sonho acabou, mas a chuva vem. O mar vem atrás da terra que sublimou o homem de suas entrarar para se amarem. Mas não posso mais te amar. Há qualquer coisa de sujeira nos óleos que fogem do rasgar das suas unhas contra o concreto do meu chão. Você ques que crescesse um rio, que veio cortando o veio de saudade mais fundo, a saudade de meu pai// Queria estar louco// Não é nada// é só saudade.
19:35

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