5.7.06

D.O.

Não adianta cavar
o vazio dessas linhas.
A poesia é ruim porque filtro tudo.
E se eu ainda te amar?
Ainda amo outras.
Vou me cortando aos poucos,
coxas, peitos, pulsos.
Não sangro uma gota,
o sol apaga tudo,
e o destino pega sua carne sem sangue.

Fiquei honrado de te dar trabalho,
mas estou fugindo sozinho
e o meu mapa não existe em mim,
só em você, você e nas outras.

É só carência.
Você está lendo o quê?
A dor, a saudade, os espinhos?
Isso não é pra você,
isso não é de ninguém.

Canso fácil de me apaixonar de novo por você,
por outras, pelo vento.

Os contratos que tu lavras, amor,
não tem valimento.
São palavras e palavras,
feitas de sonho e de vento.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial