29.10.06

28.10.06

Eu não me lembro mais
daquele mundo de pedreiras e rios
que eu havia feito para nós.
Ando cheio de florestas,
trópicos e poços de calma,
infinitos onde devoto tempo ao nada,
aproveito essa distância do mundo.

27.10.06

Acordei viciado em cortes,
vendo o espelho todo tingido
e em você o mundo inteiro.
Quem sabe a resposta não são só seus beijos.
Arrependido de não ter fugido,
morro de vergonha de ter força.
Não tenho nada, você sabe,
todo mundo sabe que o mundo
se desfaz nos olhos.

Talvez, talveztalvez
eu não queira pensar
no resto das possibilidades.
Elas podem ser melhores
e eu não sei se agüento mudar.
A noite toda me prepara
para a angústida de dormir acordado o dia todo,
sonhando com os restos.

Essa paternidade não vai embora,
e eu não aprendi a lidar com essa falta de forma.
Explodo com o toque
e depois me arrependo,
odiando essa raiva do mundo
que vem e vai de mim.
Estou cheio de perguntas
mas me recuso a escrevê-las todas
quando sei que as respostas são você,
nosso Ulisses.
Voltei a desenhar.
Acho que estou ficando com medo
de perder o rumo,
perder mais gente.

É sempre essa desculpa idiota
de não querer machucar os outros
só para evitar explicações.
E os seus olhos mudaram,
você ficou mais velha,
e parece que tudo ganhou peso
e suas escadas têm um sentido novo.

Você voltou.
É melhor contar os dias
em você ao invés de dias.
Vocês sempre têm um gosto melhor.
Talvez eu nunca volte,
e meu sangue talvez já seja deles.
Mas se eu não pegar essa fúria
e fizer algo com ela
vou ter que reinventar o mundo.

E quem é que quer isso?

26.10.06

Tudo parece que perdeu peso
e eu quero tão pouco
além dessas paredes e essas cortinas.
Tudo parou e faz dias,
meses que tudo parece igual.
Estou tão feliz que perdi controle.
Parece que minha raiva
eu sei domar melhor.

21.10.06

Por favor, olhem isto:
http://www.pandora.com/

15.10.06

Ode.

Você ainda me olhou nos olhos
e eu senti o horror.
Atropelei uma coruja. Putaqueopariu.

13.10.06

E de repente,
deitado no chão, tudo fez sentido e terror.
A certeza só vem acompanhada de você,
e te acompanha por aí,
me deixando sozinho com essas fotos de vocês.
Sozinho nesta navalha,
o silêncio dessa casa velha me deixa um pouco mais perto de estar louco,
mas tudo parece que toma uma proporção muito razoável.

Você não vai voltar pra me salvar.
Esquecia rápido seu rosto, sua voz,
mas agora lembro de tudo, tudo, tudo
e fico pensando em como vou te perder de novo.
Não quero te perder.

O dia passa pesado sob as núvens,
um leviatã de insegurança
esmagando toda minha arrogância
e deixando tudo com contornos claros.
O terror nunca mais voltou,
mas o mundo cai sobre mim em toneladas de fatos.

12.10.06

Nina Simone/Frank Sinatra/Ella Fitzgerald/Nat King Cole.

E o mundo pode ir todo se foder.
Nós perdemos toda inocência,
e de uns meses para cá,
o mundo só se faz bonito quando quer,
uma precisão milimétrica dos dias de chuva.
Nunca mais andaremos sem medo.

Mas só você me faz sorrir sozinho.
We drank our coffee,
and I couldn't figure out
how had we wound up here.
Talvez você me mate,
mas eu não vou deixar
de brigar muito.
Jamais tive qualquer chance com você.
Maybe I am your puppet.
Varei a noite na rodoviária, quem importa está longe, longe, e o mundo parece me atrapalhar.

Mas pelo menos o cuco voltou a funcionar.

Legal, vai?

3.10.06

Extracts

(...)

KELVIN
"And Death Shall Have No Dominion".

RHEYA
Book?

KELVIN
Poem. Dylan Thomas. I thought of
it when I saw you on the train.

RHEYA
My Thomas is a little rusty.

He leans over and whispers into her ear. She listens, and
when he finishes, she leans back and looks at him, intrigued.
Genuinely intrigued. He smiles.

RHEYA
Not a very happy poem.

KELVIN
You didn't look very happy.

RHEYA
I wasn't.

KELVIN
And tonight?

RHEYA
Better.

He nods, and they smile. They seem to be rooting for each
other. After an extended pleasurable moment, Rheya leans
over and whispers in his ear. He listens, then leans back
and looks at her.

KELVIN
That's good to know.

(...)

GIBARIAN
What I'm saying is: Don't trust
anyone. Find yourself a weapon of
some sort.

KELVIN
I can trust Rheya.

GIBARIAN
You'll end up like me.

KELVIN
You're not Gibarian...

GIBARIAN
No? Who am I, then?

KELVIN
A puppet.

GIBARIAN
And you're not? Maybe you're my
puppet. But like all puppets, you
think you're actually human. It's
The Puppet's Dream. Wondering if
they're human!


(...)

KELVIN
How can you be here...

RHEYA
(whispering)
Shhhh. Just stay with me.
(beat)
Stay with me. Everything is
forgiven. Everything.
O volume me consumiu,
e ele sempre veio do seu lado.
Assim, de novo, as linhas se tornam insuportáveis
e a mais simples malancolia
parece um sem fim de você.
Não há nada de certo
em te querer de novo.
Vou cultivar essa angústia de você.
esperar que entre os rios de pulso
cresça ontem outra vez.
Talvez eu não confie mais em mim,
e quando te olhar perca o dia todo
chorando esses meses de vazio.
Passei horas repetindo
que não posso mais te querer.
Agora vem uma noite inteira de vocêvocêvocê.
There's one thing I want to say
so I'll be brave,
you were what I wanted
I gave what I gave
I'm not sorry I met you
I'm not sorry it's over
I'm not sorry there's nothing to save.
Morro de vergonha
de querer te beijar
como se nada tivesse acontecido.

2.10.06

5 meses hoje, meu velho.
E parece que foi ontem.
Devagar, vou me lembrando que te amo.

1.10.06

Much like our garden,
we're mad at this silver lining.
If it were dark,
and we believed that later the sun would come,
there would be hope.

Much like out garden,
we long for rain.
If it rained hard,
and we survived,
when the sun came we'd be in love again.