28.7.06

Estes lençóis já secaram um mar.
Deitada assim de lado,
as gotas formadas ficam suspensas e caem altas sobre mim.
E então entra a voz de alguém gritando "Do yoh thang, honey!".

Essas férias tão causando tanto brain damage. Eu não tenho tanto cérebro as it is, imagina se eu continuar ouvindo essas coisas!

Fodeu.

27.7.06

As suas histórias de amor
são todas uma mentira,
o seu sexo é uma farsa
e você não me conhece como imagina.
Acordei ciumento, estúpido e,
se pudesse,
prenderia você aqui comigo.

Eu não confio em você,
nem por isso te quero menos.

23.7.06

O sol rasgou a sua retina enquanto você tropeçou,
recostada no canto do inferno que você criou para si.
Nada cresceu sob seus dedos finos,
minhas flores jamais saíram de casa,
esquecimento convicto. Você não merece essas notas.
Eu me calei para ouvir o estalar do seu joelho.
Você fez promessas de vingança,
mas seu lar fora queimado, suas mãos nunca viram sangue,
sua boca não sabe o que é ar.
Termina aqui sua angústia.
O eco triplo foi um eufemismo
da queimação do grito pelo pulmão devorado de sangue.
As pedras cairam pelos cantos, trêmulas.
A imcompreensão crônica soou como um tom
e tocamos como loucos ao som do vazio.
Da primeira vez que nos encontramos,
suas mão eram úmidas de manhã.
Fim de festa, a bebida alta e
esquecidos num canto, eu te contei
as histórias dos meus dedos e dos seus olhos.
Você não parava de sorrir.
Os tímpanos estourados de vácuo
te carregaram pela sabatina,
escondida atrás de meias verdades,
mundos inteiros sob uma tinta que sumirá.

Eu sei que tive as chances todas na mão,
mas parece que eu sempre segurarei você nos braços,
desfalecida de outra corrida pelos olhos verdes.
Você sempre volta pela cama certa,
pela insegurança de não saber se eu vou abrir a porta.

22.7.06

E então, você saiu.
Sem pedidos, sem beijos roubados,
malas na mão e as chaves do meu carro.

Devia ter ido atrás de você.
Realmente gostava do meu carro.

21.7.06

As tesouras voltaram,
o chão de concreto fechou-se.
Dentro de mim restou meu corpo cortado,
meus olhos largados,
restou a última folha.
Restou o último fiapo de dinastia
que lograram sobre nós,
sobre esses cômodos desajustados.

Abandonamos o lar sem nada, alguns trapos e uma absoluta falta de coragem.]
Você não sabe o que é viver até que se machuca sozinho, para saber o que é sangue de novo.]
Faz tempo demais que me esqueci o que é sentido.
Como se o gás estivesse entrando pelo chuveiro quebro os dedos nas paredes.

Elas não saem masi, as tesouras,
os moinhos mudos, o ruído de vespertino emudeceu
e agora passo as noites contando estrelas que não estão mais lá.

Eu não sei mais a cor de seus olhos,
o toque de sua pele,
o peso do seu suspiro na minha orelha.
Restou uma memória mecânica.
Minhas mãos sabem onde está seu vestido,
suas alças, suas travas, mas tudo o que restou foi estas folhas.

Eu não sinto mais falta de respirar
tanto quanto sinto falta da dor do seu retorno.
Sinto uma terrível falta de doer por dentro,
de agonizar a noite toda esperando uma luz que me acordasse
que apagasse as estrelas e que colocasse,
no canto mais escuro,
aquele, que arei escondido de você,
a implosão de som que havia criado, escondido sob as flores.

Os ecos de chantagem fazem tremer as paredes desta casa em ruínas.
Fugimos para cá para nos tornarmos mais fortes.
Destruímos nosso caminho para que só nós pudessemos voltar atrás de vingança,]
criamos sentido no toque dos dedos, no cair dos cabelos. Criamos sentido para o caminhar, e de nossos rituais secretos, de nossa religião de messias,]
nasceu a indizível honra de sermos império.

Tomaremos seus lares, seus ódios, suas crianças
criaremos nela a honra de serem império,
criaremos nela o orgulho deserem seus filhos,
porque em sua facilidade,
em seu medo de amar o nada,
vocês largaram para trás o surreal
e esqueceram como se conta a verdade.

Em seus olhos roxos,
em seus estupros,
estão a verdade de um povo fraco.

E tomaremos seus lares, seus ódios.
Tomaremos seus filhos.

E assim, plantaremos nos campos as árvores,
e em nossos rios, o seixo há de ser o mais negro
sob o céu cinza.
Vocês caminharão sob este seixo e levarão oas agúrios para longe
deixarão todos numa caixa qeu esqueceremos,
até que chegue a hora de amarmos novamente.

Neste dia eu voltarei para casa,
e sob os escombros encontrarei o esquecimento,
sob os escombros encontrarei o esquecimento.
Sob os escombros, encontrarei a volúpia do abandono
e nela o vazio que tomará montanhas.

18.7.06

Não deixe que meus olhos
calejem suas mãos.
O transpirar fez sísmica
a corrida sobre os montes de cruzes vazias.
Todas para mim.

O véu cai sobre os olhos,
esconde de mim o pecado,
e desponta a agulha do chão.
Como um grito engarrafado
de vazio, as feridas não curam.

Os estandartes sobre a rua
altos para a sua parada até casa.
Você voltou morta, fatigada pela turbulência
de dezenas de amores,
você caiu em meus braços que já não te queriam.

Você desmontou ao meu lado,
dragões mortos alando nosso ofego doentio.

* * *

P.S.: Notei, depois de escrever, que o minima acima tem várias menções à heroína. Não, eu não consumo. E largue a mão de querer saber da minha vida, palhaço.

Winners don't do (a lot of) drugs.

17.7.06

Todos nessa vida precissam de amor no coração para viverem nessa vida, mas a uniao da vida e da coragem venssem quauquer mal que enterromper esta uniao.

As nossas recompensas soa dadas porque nos meressemos, mas a uma coisa que e a maior ceompemsa do mundo e a felicidade.

Perdoem a ortografia, tinha 6 anos quando escrevi isso.

Sobre a linguagem.

Eu odeio falar com algumas pessoas. Odeio porque elas não me dão idéias de poemas, elas me dão vontade de escrever textos como este.

Gosto muito de Saint-Exupérie. É o cara que escreveu o pequeno príncipe, eu sei, mas mesmo naquele patético livrinho há um mote muito comum em toda a obra dele. Linguagem e a incapacidade da linguagem em exprimir o que realmente queremos dizer.

Eu não sei dizer muito bem que gosto das pessoas. É uma bosta. Eu também vivo numa constante desconfiança de que as pessoas não querem dizer o que elas realmente querem dizer. Ironia é uma coisa suja. Odeio ironia, de verdade. Odeio joguinhos de palavras. Sinto-me um perfeito de um imbecil jogando eles com as pessoas.

Sinto-me um imbecil usando de tons despojados para falar de coisas que eu sei vão deixar outros incomodados. Odeio quando fazem isso comigo. Mas o importante é que linguagem é modulada de acordo com o que achamos do outro.

É impossível ser amigo de alguém que você acha que te ama. Você pode ser escroto e ficar ali, campeando a pessoa, provocando, afinal, é muito útil ter alguém tão bem disposto. Ou você pode ser outro tipo de escroto e afastar a pessoa. Não há um bom jeito. Talvez você acerte, talvez a pessoa realmente te ame e você tem que tomar uma atitude. Mas às vezes, só às vezes a pessoa só realmente gosta de você e como diria o Sr. Zimmerman:

"All I really wanna do,
is baby be friends with you."

Este post tem endereço, mas acho que é uma lição válida para toda a criançada que está lendo.
I'm taking back the knowledge,
I'm taking back the gentleness,
I'm taking back the ritual,
I'm giving in to sweetness.
Descobri que não te amo como antes.
O conforto, a repetição,
tudo me agrada,
menos você. Perdeu-se o brilho,
perdeu-se a classe,
restou você,
faca na mão.

Esta não faço questão de vencer.
Quando você viajava
e eu era pequeno demais,
seu rosto saia de mim
e só voltava
com o estalar do portão.

Hoje é um esforço mínimo.
Você continua aqui,
os mesmos conselhos,
os mesmos problemas.

Sinto falta de te ver rindo.
Era raro.
Lembro mais de você
me fazendo chorar,
confessando o mundo pra você.

Talvez se eu tivesse seus olhos.

16.7.06

Os olhos ficaram mais escuros
sabendo do sexo que não havia
da última vez que foram abertos.
Os fios dançando cortantes
neste quarto de anteontem
cheirando a sangue e lágrimas.
Minha sombra ofegante sobre a cama.

Você saiu sem um toque, sem um som
seu tornozelo fino fugindo pela porta
e os relógios em desacordo,voando
com o tempo contado com você aqui.
Faz tempo demais,
mas não preciso do seu toque
pra saber que o preço
é mais do que eu posso pagar.
Estamos nessa corrida.
Quem corta mais,
quem sofre menos.
Não faz diferença vencer as batalhas.
A guerra eu já perdi.

13.7.06

O mundo todo se distorce
e você passa, revolução rasgada
de fios de cabelo,
cortando os desenhos com as unhas.
Fico desencontrado em ruído,
tentando ler em olhares.

Nos cruzamos uma só vez
e o mundo tornou-se
uma infinidade de tonalidades
do seu castanho escuro.

Você é minha droga de sinestesia.
Gostava mais da falta de têmporas,
das mãos de cama quente.
Eu podia jurar que me fazia melhor,
quando de verdade,
em você o mundo diminui.

"You make me real.
You make me real,
strong as I feel,
you make me real"
Apesar do sangue derramado,
em cada tentativa de fuga,
faria tudo outra vez,
só para ter a satisfação
de te deixar desta vez
sem olhar para trás.
menormenormenormENORMEnormenormenor
Você é minha heroína,
dói notar sempre
que só me faz mal
te querer no meu sangue.

12.7.06

Vão brincar.

Discografias
Você é Capitu demais pra mim.
Sempre odiei Machado de Assis.

9.7.06

Sonhei em te trazer de volta,
em você me colocando no colo,
me falando seus problemas.
Quis tanto te ver de novo de manhã
que penso duas vezes em sonhar.
Agora sou eu sobre essa chuva,
por entre os escombros
da vontade de te fazer feliz.
Minha mão engoliu sua cintura.
Te jogando assim contra a parede,
parece que foi agora a pouco
que começamos toda essa dança.
Você voltou,
linda como sempre,
só que agora,
além de tudo,
você está bonita.

7.7.06

Aprendemos todo dia
a ignorar seus passos,
a não ouvir sua voz,
a não procurar estrelas.
Você ainda dorme aqui.
Não ando nada poético. A coisa mais poética que eu fiz esses tempos foram cartões de aniversário, e até a sua data de expedição talvez eu mude de idéia sobre mandá-los.
Porém, não é por isso que não vou dar ferramentas a vocês, meus três leitores assíduos, para rirem!

Citações Falsas
"As pessoas que detesto,
dirão todas que não presto
e que meu lar é o botequim"
Hoje escrevi os cartões de aniversário das mais importantes.
Setembro está tão longe...

6.7.06

Sem pessoalidade,
transito quase morto pelas marquises,
olhando uma cidade perdida.
Cansei de dormir
em camas alheias,
cansei de ler por entre suas linhas.

5.7.06

É agora, bem quando não agüento
o peso do ar sobre minha cama,
que quero me apaixonar perdidamente.
"Me bate", pediu o masoquista.
"Não", replicou o sádico.
E foram felizes.
Acho que está passando,
nos braços doloridos
de minha mãe, ba loucura
que vaievem por mim
como um trem.
Cortando o mundo pouco a pouco,
vou firmando laços de realidade.

"Maybe I'll just fall in love,
that could solve it all."
Alguém como você,
de cachos soltos,
mão de núvem e cheiro de disritmia,
assim.
Com os olhos que me jogam de canto,
me lêem em francês
com este copo de café vagabundo
entre vapores.

Não me importa o livro que você lê,
vamos conversar sobre ele.

D.O.

Não adianta cavar
o vazio dessas linhas.
A poesia é ruim porque filtro tudo.
E se eu ainda te amar?
Ainda amo outras.
Vou me cortando aos poucos,
coxas, peitos, pulsos.
Não sangro uma gota,
o sol apaga tudo,
e o destino pega sua carne sem sangue.

Fiquei honrado de te dar trabalho,
mas estou fugindo sozinho
e o meu mapa não existe em mim,
só em você, você e nas outras.

É só carência.
Você está lendo o quê?
A dor, a saudade, os espinhos?
Isso não é pra você,
isso não é de ninguém.

Canso fácil de me apaixonar de novo por você,
por outras, pelo vento.

Os contratos que tu lavras, amor,
não tem valimento.
São palavras e palavras,
feitas de sonho e de vento.

4.7.06

Surrealismos #XII

19:18
Tenho escrito com a caneta de meu pai, fugindo da insanidade, fugindo das noistes doentias. à noite sou lembrado que meu pai morreu, fico louco, nunca vou me recuperar. Enlouqueci no primeiro dia. Qualquer merda é mais carinho, todo carinho é uma oferta. E eu, que sempre fui são, penso babagens// O gosto da música me enlouquece, a sinestesia insana que me deixou áspero por dentro, queimando o ar. Isso não vai passar nunca. Essa falta de ânimo, este todo-dia, repetido em volta e veias inchadas. Um dia eu explodo. Pobre menino rico tinha todo o mundo sublimado em poesia, as curvas de vapor e a explosão interna de um anjo. Pobre menino rico// Apoiado nos fios das navalhas da parede fiz o universo em rasgo fino de garoa. Sujei meus óculos com areia. As gotas de suor, empossadas de mim tomaram o rumo do fim do mundo e fugiram com a gravidade do mundo, tornando o respirar de deus numa insanidade de agudos// Agora chove desenfradamente, pintando a marquise dos prédios com suas fotos, borrando o rosto triste dos amantes na janela. O dia acabou, o sonho acabou, mas a chuva vem. O mar vem atrás da terra que sublimou o homem de suas entrarar para se amarem. Mas não posso mais te amar. Há qualquer coisa de sujeira nos óleos que fogem do rasgar das suas unhas contra o concreto do meu chão. Você ques que crescesse um rio, que veio cortando o veio de saudade mais fundo, a saudade de meu pai// Queria estar louco// Não é nada// é só saudade.
19:35
Venha o esquecimento
leve o dia gasto embora,
reduza ao nada
a falta doentia que você me faz, você.

Engula o tempo
o trabalho, o suor e a dor
e que não resista sob minhas mãos o mundo.
Que eu transforme tudo em vocêvocêvocê.

As horas contadas mal,
corroam meus ossos,
e os ossos limpos sumam com o eco.

A oração feita às pressas,
sob o chamado do mundo,
passando livre por entre
os desgarrados de deus.

Para cada dez segundos
viesse um de sutileza.
CAda esquecimento.
Cada corte a mais.

É menos de um grão de areia,
e fico tão mais perto de deus,
de brincar com seus cabelos,
de te ver furioso uma última vez.
E cada um de nós
precisa de uma tonelada de apoio.
Rimos um do outro,
sabendo que não nos amamos
além do bom dia.
Seu esquecimento
será mais rápido que o meu,
porque transitei além de você
muito antes do que você imaginou.
Brincar de esconde-esconde sozinho
é minha grande diversão desde pequeno.
Com você brinquei de pega-pega
e caí forte demais.

De minimalista vou brincar sozinho.

Celular.

Inventaram um toque que só adolescentes escutam. Não vejo a utilidade, já que existe o vibracall, mas enfim, a economia precisa rodar. O que eu queria saber é como se dá o momento em que você deixa de ouvir o toque que está além do espectro audível dos adultos.

É tipo uma iniciação à vida adulta auditível.

Que triste deve ser deixar de ouvir seu próprio celular.

3.7.06

São Paulo é esses cômodos.
A rua vazia, a cidade vazia.
Os carros passam desgovernados
indo a lugar algum, desinteressados
como eu em colocar sentido no dia.
É como se não me movesse,
falando comigo mesmo,
brincando com minha voz.
Me excluí deliberadamente
da existência dos outros.
O vapor exalava do seu corpo
na madrugada gria em que te achei,
esquecida sob o fogo fátuo das luzes públicas.
O mundo todo guardado,
e nós, perdidos sob o céu claro
de vinte milhões de alheios.
Quis te ler milhares de vezes,
rasgando suas sílabas nos sentidos
que eu quis, nos duplos que eu quis.

Você dormia descoberta o meu sono de gelo,
exposta à imensidão
com seu universo aparente nos olhos.

Bebemos separados demais.